Histórias de Edgard Parte II - Sexta-Feira 13
Outubro de 2002
Pra mim era só mais uma sexta-feira normal, a não ser pelo bendito, ou maldito né, número 13, era uma manhã de sexta-feira 13.
Eu nunca acreditei muito em superstições ou lendas urbanas, a não ser claro quando tive prova de matemática aí era inevitável nao invocar os orixás e fazer a orações a todos os santos e deuses.
A única coisa que poderia me trazer muito azar seria se encontrasse logo cedo a Turma do Fred, incrível como eram ignorantes e tolos, o Fred mesmo era tão burro que logo eu chegaria na série dele de tanto que repetia.
Ainda em casa indícios já diziam como seria o resto daquele meu dia. Leite estragado. Até aí tudo bem nao estava com fome mesmo. Surpresa tive ao ver que seja qual fosse o porque minha camiseta nova estava com uma baita mancha na frente. Tentando não me apavorar a toa, como de costume fui até a casa do Felipe pra irmos pro colégio.
A caminho da escola sem perceber eu estava passando por várias coisas que achava fúteis como por exemplo passar de baixo de uma escada e cruzar com um gato preto. É...eu achava fúteis né mas logo mudei de idéia percebendo que o azar da sexta-feira 13 estava me perseguindo.
Durante o dia as coisas se normalizaram até ao cair da noite. Um telefone muito estranho me assustou. Era Fred e sua gangue mais uma vez me afrontando, ainda não sei como ele conseguiu meu telefone, mas dessa vez foi diferente. Não sei por que, mas uma vontade de ser valente me fez dizer SIM a ele pelo telefone.
Então exatamente meia noite lá estava eu na frente do cemitério do Veloso que ficava a uns cinco quarteirões de casa. Meu fiel amigo também compartilhou essa doideira minha.
O sim que havia dito ao Fred foi de que caso eu entrasse no cemitério a meia noite e colocasse uma flor branca em cima túmulo número 1408. Até hoje me xingo por tamanha idiotice minha.
Mas lá estava eu, firme como uma gelatina e valente como uma formiga. O que me tranqüilizava era que o azar da sexta-feira 13 tinha se afastado de mim durante a tarde e provavelmente a noite não ia me perturbar afinal logo seria sábado 14. Engano meu.
Em uma das salas de velório ouvia-se os choros desesperados de mulheres, o que ficava abafado conforme eu andava sozinho pelos corredores do cemitério.
Aos poucos ia ficavam com mais medo e mais nervoso. Até hoje nunca senti tanto pavor como naquela noite.
Com o coração na mão eu não andava, estava quase correndo pra realizar logo minha expedição e me livrar deste pesadelo. Faltava pouco até que vi aquela mulher com um tímido choro em frente a um belíssimo túmulo. Achei muito estranho afinal aquela não era a hora ideal pra se visitar ou fazer orações e novamente num momento de burrice resolvi seguir a mulher e falar com ela, onde a mesma conforme eu ia chegando perto se afastava talvez por vergonha de estar chorando ou algo do tipo. Consegui alcançá-la, mas ela não entrou muito em detalhes apenas que estava visitando o túmulo de um familiar e que já estava indo embora. Foi. A busca pelo número 1408 estava um tanto quanto difícil até que finalmente encontrei. Curiosamente era o túmulo que a mulher estava visitando. Coloquei a flor e resolvi tirar uma foto do meu celular pra comprovar que havia realizado o serviço com êxito. Porém no visor do meu celular vi uma foto do rosto do defunto, e limpando os olhos vi nitidamente a foto em preto e branco e num desespero indescritível sai correndo daquele lugar. Aquela mulher chorava em seu próprio túmulo...
13 de mar. de 2009
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1 Opiniões:
Cacetada mlk que texto bom. Gostei mto msm. Tem td a ver com o clima do dia.
Parabens
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